O Caos da TI
Olá pessoal, vamos falar hoje sobre TI (Tecnologia da Informação).
Sabemos o quanto dependemos da tecnologia hoje em dia, mas o que a maioria não sabe, é que esta dependência está suportada por uma lâmina muito fina entre a sanidade mental e a racionalidade. Calma, vou explicar!
Na minha época (Nossa... Muitos anos!) nós, responsáveis pela tecnologia preocupávamos com todo o projeto. Fazíamos desde o levantamento das necessidades negociais até a codificação do sistema. Permeando outras atividades como: teste, criação de ambiente e controle de acessos. Éramos detentores da solução! Tínhamos a certeza de que o que foi desenvolvido iria realmente atender o negócio e os propósitos pessoais dos gestores.
Acontece que o tempo foi passando e as necessidades ficando cada vez mais críticas, exigindo novas tecnologias e ferramentas para atender o exigente público das novas tendências.
Ai começou o caos da TI. Dividiram-se as atividades e criaram-se especialidades para todas as necessidades do projeto, sem contar que as novas tecnologias e ferramentas exigiram muito mais estudo e dedicação dos especialistas. O que antes estava no controle de algumas pessoas, hoje existe a necessidade de criar equipes com atividades especificas constituída por inúmeras pessoas e que envolvem contratos e empresas diversas.
Para ilustrar o que estou denominando de “O Caos da TI”, vou contar como um projeto se desenvolve diante desta nova necessidade e seus problemas cotidianos.
Divirtam-se...
Bem, vamos considerar um projeto de TI como sendo a construção de um Edifício.
Após todas as fases do desenvolvimento, chegou enfim o Teste de Aceite, ou seja, o momento em que o projeto é apresentado para o gestor para ele dar sua aprovação.
Após inúmeras tentativas de agendamento da reunião de aceite, enfim o gestor concorda com uma data.
- Bom dia Senhor Gestor. Estamos aqui para apresentarmos o projeto: “Prédio Novo”. O projeto seguiu rigorosamente as suas especificações. Eis!
- O que é isso?
- O Projeto: “Prédio Novo”.
- Só para constar, o nome deveria ser: “Meu Lindo Prédio Novo”. Depois você muda todos os documentos, por favor!
- Com certeza senhor!
- Mas ele está de cabeça para baixo?
- Como assim senhor?
- O telhado está para baixo! Como vamos entrar? Como é o acesso com ele assim.
- Bem senhor, precisamos agendar uma nova reunião, onde convocaremos o pessoal da infraestrutura, que vai nos orientar de como é feito o acesso. E quanto à questão de estar de cabeça para baixo, isso é apenas um detalhe que o usuário logo se acostuma.
Após uma semana de tentativas de agendamento de outra reunião de aceite, enfim a reunião...
- Bem Senhor, este é o Eduardo, responsável pela infraestrutura que vai nos orientar sobre como é o procedimento para acesso ao “Meu Lindo Prédio Novo”.
- Pois, bem. Meu nome é Eduardo. Sou da infra. Bem... Fui chamado aqui para esclarecer a dúvida dos senhores quanto ao acesso, não é isso?
- Exatamente.
- Então, a verdade é que nunca acessamos este projeto. Quando foi desenvolvido, as regras de negócio não esclareciam exatamente, onde construir as escadas e então fizemos só os elevadores, mas não sei como exatamente eles funcionam, porque foi outra empresa que desenvolveu esses elevadores.
Nova reunião com o Senhor Luis, responsável pelos elevadores...
- Então senhor Luis, estamos aqui para apresentar ao nosso gestor o projeto: “Meu Lindo Prédio Novo”. Ficamos sabendo que o acesso é feito apenas por elevador, mas o nosso pessoal da infraestrutura não tem conhecimento necessário para nos orientar.
- Então, realmente eu sou o Luis, responsável pelos elevadores, mas você já tem a senha de acesso para o Hall dos elevadores? Porque de acordo com a especificação de segurança, não pode ser permitido acesso a qualquer um, então nem a nós foi dado esse acesso. Inclusive, os elevadores só serão configurados após o primeiro acesso. Justamente porque nossa equipe não tem a tal senha do Hall dos elevadores.
Depois de um mês em busca da tal senha da porta dos elevadores, sem sucesso, o gestor autorizou abrir uma nova porta paralela (a marretada mesmo), provisoriamente, só para viabilizar o acesso ao hall dos elevadores.
- Enfim senhor chegou o grande momento onde iremos configurar os elevadores e poder apresentar ao senhor o seu tão sonhado projeto.
- Vamos lá! Senhor Luis, por favor! Já estamos no hall dos elevadores, pode, por favor, fazer a configuração dos elevadores?
- Bem... Poderia sim senhor, se houvesse energia.
- O que é isso, não tem energia?
- Calma senhor! Energia tem. O problema é que não foi feita a fiação para os elevadores. O pessoal que levantou as paredes considerou de acordo com as regras definidas pelo senhor que só deveria ter fiação no corredor das escadas, mas como as escadas não foram construídas, esta demanda também não foi atendida, podemos atender assim que definirem com clareza, onde as escadas deverão ser construídas.
- Tudo bem! De qualquer forma vocês estão de parabéns! De acordo com meus cálculos, 80% do projeto já está concluído. Acho que mais alguns ajustes de regras e algumas mudanças de layouts o projeto poderá ser usado pela população brasileira.